17.4.11

Graffiti - Make art, not war.

Na cultura pop o grafitti hoje é uma expressão onipresente. No mundo afora, ninguém melhor no tema do que Banksy, o campeão de visibilidade (ainda que mantendo-se anônimo!), com qualidade artística legítima e provocadora. Em pleno século XXI não temos mais espaço para a mera pixação, que suja o espaço urbano com garatujas cheias de fúria significando nada. Pelo menos, não no ocidente dito "democrático", onde palavras de ordem soam anacrônicas. Em contrapartida, belos trabalhos gráficos - como o trabalho da dupla OsGemeos - trazem coloridas mensagens às vezes somente visuais e sem palavras para nosso cinzento cotidiano urbano. Muitas vezes, com mais impacto político que 1000 palavras - ou seja, o espírito transgressor.

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SEM PALAVRAS: Acima, uma parábola audio-visual, animação singela que criei usando como narrativa-trilha o som da pesada de McFerrin, Charles Wright & The Watts, Pedro Luís e a Parede e last but not least, Beatles. Todos escolhidos a dedo. [LUMYX]

De alguma forma, nessa primeira década do século, o grafite, antes manifestação popular underground, vem saindo das ruas - onde co-habita simbioticamente com a estética funky street hip-hop - está invadindo as galerias de arte, assumindo-se como uma estética mainstream.

Estética essa que aparece na publicidade, camisetas, tênis, grifes fashion e todos os meios que tenham os jovens como seu público-alvo. É a fagocitose capitalista, como sempre, digerindo e alimentando-se do consumo de seus outrora inimigos. Que o digam o rock, as drogas e os posters de Che Guevara. Funciona assim, ora. Quem não está satisfeito, que devolva o iPod, o iPhone e o iPad e pegue seu dinheiro de volta.

Abaixo, alguns clássicos grafites de Banksy (veja outros aqui), como sempre ainda trazendo força política corrosiva com senso de humor que interage com o entorno. Esse é o cara. 


"Ria agora, mas um dia estaremos no comando."

"Siga seus sonhos / CANCELADO."
"Eu me lembro quando tudo isso eram árvores."

Mais artísticos, no sentido estético-poético e não político da palavra, são Gustavo e Otávio Pandolfo, paulistas que são realmente irmãos gêmeos - que têm um belíssimo trabalho conjunto, com seus personagens de rosto amarelo.


Acima, o contraste entre o trabalho d'OSGEMEOS na galeria (na exposição "Vertigem") e nas ruas ( um muro de NY).

Apesar de serem cultuados em todo o mundo (U.K., França, Alemanha, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Holanda, Cuba, Japão, China, Austrália e nos Estados Unidos), e já tendo exposto em galerias (como Tate Modern, na parede de um castelo na Escócia, e por aí vai), OSGEMEOS fazem uma distinção muito clara entre a atitude grafite nos muros das ruas e a arte entre paredes:
"- A partir do momento que nossa arte migra para os museus, não é grafite. A essência do grafite é sem permissão, sem ninguém te dizer o que você faz". - diz Gustavo.
E Otávio completa: "Grafite é sair na rua, não saber onde e por que fazer, mas fazer. E não receber por isso" (...)"Grafite é toda a atmosfera em volta, não é encomenda. Dentro de uma instituição ou uma galeria de arte, precisamos criar o ambiente. Recebemos uma sala toda branca e construímos um mundo. Na rua já está tudo pronto e colocamos o nosso trabalho".(fonte)
 
Entrando "na cabeça amarela" d'OSGEMEOS:

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